sábado, 27 de fevereiro de 2010

Olhos

Hoje, já não sei quanto tempo faz, tento fazer as contas mas sempre me perco em meio há tantos anos que se passaram.Na verdade nem sei porque insisto com isso..... já não faz a mínima diferença. Mesmo que chegasse a conclusão que se passou uma vida, que já era pra nem lembrar daquilo tudo, de nada adiantaria pois as lembranças estão ainda tão presentes. Não como se tivessem sido vividas ontem, mas como se não fossem lembranças, fossem apenas o presente.

Ah!Quanta impotência pelos dias mal vividos.

Chamava de solidão, era triste e o silêncio me dava medo.O barulho do vento que soava mais alto, sair apenas para comprar o pão e voltar para o casulo que não tinha espaço para ninguém. Era tanto assunto.... horas e horas a cantar, pedir conselhos, discutir sobre todos os assuntos imagináveis. A falta que as listras amarelas e pretas me fazem,elas se foram e me calei.

O silêncio aumentava cada vez que o tempo passava, sem as listras ele sufocava.

Ao mesmo tempo, era tanta liberdade. Andava por todos os lugares impossíveis sem sequer ser interrompida. Encontrei castelos, monstros, bruxos ( e quantos bruxos!) e podia voltar no momento que quisesse.

Aos olhos do tolo a solidão... a paz hoje faz falta! A paz das tardes nas florestas e nos castelos, das conversas com as sábias listras, das músicas decifradas, do sono quieto. A solidão se transformara em paz, mas apenas em alguns incontáveis anos depois.

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