domingo, 28 de fevereiro de 2010

Contos de princesas.

Comecei a me perguntar o porque que as crianças ( geralmente as meninas) gostam tanto das histórias de princesas.
Sempre tive uma impressão ( acho que diferente da maioria) que as princesas não eram tudo aquilo que falavam ao contar as histórias. Elas sempre tão bonitas e bem arrumadas porém tão frágeis, "bobas", tão meiguinhas ( chegava até a me enjoar), com aqueles cabelos sempre bem arrumados que se passasse um furacão nada o moveria, nunca vi uma princesa descabelada.E como elas riem, estão sempre cantando felizes e o motivo ninguém nunca se preocupou em saber!
Não sei o motivo pelo qual elas tinham sempre que esperar o príncipe encantado fazer algo por elas.
Tenho diversos casos de princesas que simplesmente ficaram paradas, agiram como bobas e todos as acham lindas, bem verdade é que algumas delas merecem meu elogio, mas são bem poucas!
Vejamos a Branca de Neve. A linda branca de neve, com sua pele clara e macia, seus cabelos lisos tão pretos, vivia cantando pelo bosque com aquele bando de anão aos seus pés, não sei como nunca tropeçou em algum deles. Se bem me lembro encontrou seu príncipe por comer uma maçã. Convenhamos, tinha que esperar o príncipe? Não podia tomar uma água tônica ou colocar o dedo na goela para vomitar? Que garotinha mais acomodada, depois do fim que aconteceu? Ninguém contou se o príncipe aguentou viver com ela esperando ele para fazer tudo. Cadê a inciativa?
E a Rapunzel com sua longa trança tão bem feita que ficou no alto da torre esperando ( também) o príncipe salvá-la, será que não podia descer pela sua trança e lá embaixo cortar o cabelo? Teria sido bem mais esperto!
A Bela, bem a Bela é uma princesa interessante, não se apaixonou pela Fera devido sua beleza . Em todos os outros contos as princesas se apaixonaram por um príncipe lindo de morrer e a Fera não era lá muito atraente. Mas mesmo assim a Bela se rendera ao amor.
A Bela nunca esperou a Fera salvá-la de monstros ou dragões nem de nenhum perigo. Era uma menina de garra, corria atrás do que queria e nada de preconceito teve ao ver a aparência daquele que tanto a amava. No fim teve um lindo príncipe, acredito até hoje que aquela nada mais era que a imagem do que a "Fera" tinha por dentro, seu puro sentimento.
Até hoje vejo os dois andando juntos ela feliz e independente e ele com aquela mesma aparência "assustadora" mas se piscar e olhar direito ele esta lindo, transbordando alegria!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Meu português.

É engraçado como as coisas podem se confundir. Desde de que aprendemos a pronunciar as primeiras palavras usamos pronomes, mesmo sem sabermos o que são pronomes.
Aí vamos para a escola e começamos a aprender várias coisas que na realidade sempre soubemos, só não sabíamos qual era seu nome.
Bem, o fato é que sempre falamos : minha mãe, meu amigo, meu irmão, minha casa, meu brinquedo.
O sentimento de posse nunca fui errado quando você era criança, pelo contrário, achavam até bonitinho você falar" meu cachorro".Até que se cresce e se o sentimento de posse também cresce todos recriminam.
Se você diz: "mas você é MINHA amiga" , rola um estresse. " Sou sua amiga mas tenho meus outros amigos também e agora não da pra conversar.".
Poxa, mas sempre conversamos e agora que preciso de você, que te tomei por completo como essencial na minha vida você vem me dizer que não dá para conversarmos?
Isso quando simplesmente não esquece que existo.

Eu sou da opinião que amizade tem fases. A fase da melhor amiga ( que é bem transitória), a fase do sem amigos ( mesmo rodeado deles!) e assim vai.

O ruim dessa situação é que o desapego é algo realmente difícil de se praticar ( pelo menos pra mim!). Meus amigos são MEUS amigos e pronto, não quero saber se falta tempo... se o dia tem 24 horas a vigésima quinta e a vigésima sexta são destinadas aos amigos. Cria-se oportunidade, inventa-se momentos para àquela boa companhia que você escolheu pra participar da sua vida.

Caça ao tesouro!

Putz, mas que garoto estranho! Ele era diferente, quase exótico.Com suas longas pernas e aquele cabelo enorme caído pro lado.
Totalmente perdida na confusão daqueles apressados que pareciam estar vivendo o mesmo que eu e sem muita escolha foi com ele que fui falar. Os dias foram passando e já não me perdia tanto quanto no início. Boa parte daquele lugar já estava mapeado na minha mente e ali permaneceria por muito tempo, não só o tempo que estaria por lá mas certamente quando fosse embora não esqueceria ( mas isso só viria a descobrir bem depois!).
E nesse caça ao tesouro foi com ele que me juntei!Descobrimos lugares perdidos, jóias, piratas. Precisávamos de mais pessoas para nos ajudar na caçada e elas foram aparecendo, cada uma com sua particularidade. Era engraçado ver um grupo tão diferente, e por isso tivemos que fazer um pacto para que as discórdias fossem passageiras e não afetassem a nossa exploração.
Não afetou, saímos de lá com tudo de mais valioso, nada deixamos... levamos todos os pedaços.
Levo até hoje o que de pior cada um tinha, foi com isso que mais aprendi e levo aquele exótico rosto no coração.
Muitas vezes pensei que aquela imagem se dissiparia e dela não restaria nem pó, mas para minha surpresa alteraram, conforme o passar dos anos, a cor, o brilho e o contraste.. ficou tudo mais lindo, mais claro e vivo! Tão vivo que hoje sei que não morrerá.

Olhos

Hoje, já não sei quanto tempo faz, tento fazer as contas mas sempre me perco em meio há tantos anos que se passaram.Na verdade nem sei porque insisto com isso..... já não faz a mínima diferença. Mesmo que chegasse a conclusão que se passou uma vida, que já era pra nem lembrar daquilo tudo, de nada adiantaria pois as lembranças estão ainda tão presentes. Não como se tivessem sido vividas ontem, mas como se não fossem lembranças, fossem apenas o presente.

Ah!Quanta impotência pelos dias mal vividos.

Chamava de solidão, era triste e o silêncio me dava medo.O barulho do vento que soava mais alto, sair apenas para comprar o pão e voltar para o casulo que não tinha espaço para ninguém. Era tanto assunto.... horas e horas a cantar, pedir conselhos, discutir sobre todos os assuntos imagináveis. A falta que as listras amarelas e pretas me fazem,elas se foram e me calei.

O silêncio aumentava cada vez que o tempo passava, sem as listras ele sufocava.

Ao mesmo tempo, era tanta liberdade. Andava por todos os lugares impossíveis sem sequer ser interrompida. Encontrei castelos, monstros, bruxos ( e quantos bruxos!) e podia voltar no momento que quisesse.

Aos olhos do tolo a solidão... a paz hoje faz falta! A paz das tardes nas florestas e nos castelos, das conversas com as sábias listras, das músicas decifradas, do sono quieto. A solidão se transformara em paz, mas apenas em alguns incontáveis anos depois.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O encontro das almas.


Naquela manhã ensolarada , ao passar e ver seu rosto não tive coragem de chegar. Era tanta tristeza junta que até meu coração doeu. Não tinha como negar, ninguém que passasse por ali iria pensar diferente. Era evidente a maior das dores em seus olhos.Não tinha como ficar parada, precisava fazer alguma coisa e no início o melhor que pude dar foi o meu silêncio e uma ajuda para o colchonete... um convite para o colchão de ar e pronto, quando vi tinha surgido um sorriso. Era um vitória, um sorriso tímido e ainda triste mas ao menos já era um sorriso.Quase nada de comida no almoço, um abraço, uma 7 belo, uma hora do soninho e a dor já tinha se aconchegado. Não tinha ido embora, aposto que não. E nem iria tão cedo mas ela tinha se calado, dormido pelo menos por algum tempo. E ao chegar o fim, todos que viram a tristeza do início presenciavam agora o encontro das almas, que andariam juntas por longa caminhada em meio à dor ou aos sorrisos, estariam ali... juntas! Uns chamam de amizade, mas.... vai saber?!